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Problema de memória: Quando ‘’esquecer’’ deixa de ser normal?

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Você vem percebendo que sua memória está fraca ou que um dos seus familiares está mais esquecido que o normal? As queixas são: ‘’estou esquecendo onde deixei meus óculos’’, ‘’onde deixei a chave do carro’’, ‘’esquecendo coisas que pessoas me contaram…’’.

Tenta se justificar que é algo momentâneo devido a rotina árdua de trabalho, excesso de preocupações com família ou simplesmente por não estar dormindo bem…

Nesse momento, inevitavelmente vem na cabeça aquela bendita lembrança de alguém com Doença de Alzheimer e , por fim, nos questionamos se estamos com sintomas iniciais de demência. 

Sabemos que o envelhecimento vem acompanhado de alterações da memória, mas até que ponto isso é normal?


O envelhecimento normal

O esperado de uma pessoa idosa é que haja alterações próprias do envelhecimento à medida que a idade avança. Essas alterações são sutis e vão acontecendo lentamente. São elas:

  1. Velocidade de processamento do cérebro: faz parte do envelhecimento cognitivo normal estar reduzida. É a capacidade do indivíduo em receber uma informação, assimilá-la e reagir. Como por exemplo, achar difícil decifrar uma fórmula matemática que previamente fazia sem dificuldades.
  2. Concentração: Normalmente está diminuída, principalmente em situações de múltiplas tarefas simultâneas. Por isso, focar em uma coisa de cada vez é ainda mais importante na terceira idade.
  3. Memorização: Leve diminuição na capacidade de reter, armazenar e recuperar informações, principalmente informações mais longas.

Não se desespere! Eventualmente confundir nomes e compromissos é normal. É preciso prestar atenção se a pessoa esquece informações com maior frequência e não consegue relembrar o assunto após algumas horas ou dias.


O que NÃO é normal no envelhecimento

Outro dado preocupante é quando as pessoas que o cercam começam a notar que ele está mais esquecido, ao passo que ele próprio não se dá conta de tais alterações.

Vale lembrar, que outras condições de saúde podem causar problemas de memória, como depressão, transtorno de ansiedade ou efeito de medicamentos (rivotril, diazepam, amitriptilina e miosan)

A partir de dados relevantes contados por familiares e testes neuropsicológicos realizados, o médico especialista pode dar diagnóstico de alterações da cognição (problema de memória), que podem ser:

  1. Comprometimento cognitivo leve. Saiba mais: Discreta perda de memória pode ser CCL. O que é e como tratar?
  2. Demência. Veja também: Fatos sobre a doença de Alzheimer. O que você precisa saber?

Seja qual for o diagnóstico, o acompanhamento por um especialista é muito importante, pois pode ‘’frear’’ a evolução dessas doenças e controlar os sintomas. Isso proporciona que  o paciente tenha maior independência e qualidade de vida.

Em resumo, esquecimentos eventuais, especialmente em idade avançada, pessoas com muito cansaço ou abalos emocionais, costumam ser aceitáveis. Se o problema se tornar cotidiano e começar a atrapalhar a vida diária, a avaliação de um médico é fundamental, pois podemos estar diante de alguma doença cognitiva.

Veja também: Aprenda 9 maneiras de manter a memória saudável.

Autor

Dr Thales Henrique Costa e Gonçalves

Dr Thales Henrique Costa e Gonçalves

Geriatra, Clínico Geral

Especialização em Residência em Clínica Médica no(a) Hospital Mário Gatti Campinas.